Caio Tomaz da Rocha tem marcas de agressões em todo corpo. O namorado também - mas preferiu não se identificar. Eles contam que se envolveram numa confusão, porque foram acusados de roubar uma blusa.
“Nós estávamos parados na frente do banheiro, esperando as duas pessoas que estavam com a gente e chegou dois frequentadores dizendo que a blusa que estava na minha mão era deles. Eles viram que a gente estava discutindo por causa da blusa, que o rapaz chegou e falou para a gente que a minha jaqueta era deles, e aí eles já me pegaram, dois seguranças, me pegaram pelo braço, começaram a me enforcar... a única oportunidade que eu tive para falar pra eles, que eu lembro, que foi: ‘Vocês estão me matando... tô ficando sem ar’”, relata.
O rapaz diz que as agressões começaram dentro e terminaram fora do local de show. “Lá fora ainda se persistiu por um bom tempo. Eles não se contentavam enquanto não vissem a gente sangrando, eles não iam parar. “
“Eles me pegavam e batiam minha cabeça no chão, porque eles queriam que eu ficasse desacordado e não deixaram eu pedir socorro. Eles falavam o tempo todo para mim que gay e ladrão tinha que morrer, que ali não era lugar para gay, era lugar para cabra macho. E teve um momento em que um dos seguranças falou pra uma das meninas que estavam com a gente, que se não tirasse a gente dali, eles iam apagar a gente. Eles falaram que se a gente continuasse ali, eles iam levar a gente de quebrada, iam meter tiro.”
O casal já registrou um boletim de ocorrência.
O Centro de Tradições Nordestinas disse, em nota, que não foi acionado pela vítima e que não recebeu qualquer notificação oficial, mas se coloca à disposição para apurar o que aconteceu na madrugada de sexta para sábado.
Reforçou, ainda, que repudia qualquer tipo de discriminação.
Em nota, a PM diz que o delegado Irai Santos de Paula, titular do 40º DP, informa que instaurou inquérito policial para investigar o caso. Ele chamou o responsável pela segurança da casa de shows para prestar esclarecimentos e identificar os autores da agressão. As vítimas também serão chamadas.
Fonte: G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário